Da afirmação de uma «questão urbana» à produção das primeiras respostas urbanísticas do Estado: crise sanitária, movimento higienista e estruturação do campo burocrático perspetivadas a partir do Porto
Abstract
O presente artigo explora os antecedentes e condições de afirmação e consolidação do papel do Estado no domínio do urbanismo no final do século XIX e início do século XX, tomando como referência e ilustração o caso da cidade do Porto. A crise sanitária decorrente do surto de peste bubónica registado na cidade em 1899 é o mote para uma reflexão sobre a relevância do movimento higienista na produção e disseminação de uma nova forma de perspetivar a intervenção urbanística e habitacional do Estado na cidade e no processo de estruturação do campo burocrático português e portuense que naquele momento histórico se observará.
Downloads
References
ALVES, J, J. (1988). O Porto na Época dos Almadas. Porto: CMP.
ALVES, J. F. (1993). Os «Brasileiros». Emigração e retorno no Porto Oitocentista. Porto: Gráficos Reunidos.
ALVES, J. F. (Coord.) (1998). A Indústria Portuense em Perspectiva Histórica – Actas do Colóquio. Porto: Centro Leonardo Coimbra/FLUP.
ALVES, J. F. (Ed.) (1999). Os «Brasileiros» da Emigração. Actas do colóquio realizado no Museu Bernardino Machado. Vila Nova de Famalicão: Museu Bernardino Machado/CMVNF.
ALVES, J. F. (2005). Emigração e sanitarismo – Porto e Brasil no século XIX. Ler História, n.º 48, pp. 141-156.
ALVES, J. F. (2008). Ricardo Jorge e a Saúde Pública em Portugal. Um «Apostolado Sanitário». Arquivos de Medicina, vol. 22, n.º 2-3, pp. 85-90.
ANTAS, Á. (1902). Insalubridade do Porto. Porto: Comércio do Porto.
BOURDELAIS, P. (Dir.) (2001). Les Hygiénistes: enjeux, modèles, pratiques. Paris: Belin.
BOURDIEU, P. (2001). Espíritos de Estado. Génese e estrutura do campo burocrático. In P. BOURDIEU. Razões Práticas. Sobre a Teoria da Acção (pp. 67-101). Oeiras: Celta Editora.
CALLABI, D. (1984). Les premiers urbanistes en Grande-Bretagne. La naissance du town planning. Annales de la Recherche Urbaine, n.º 21, pp. 45-65.
CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO [CMP] (2000). As Ilhas, as Colónias Operárias e os Bairros de Casas Económicas. Porto: CMP.
CHANTAL, S. (1965). A Vida Quotidiana de Portugal ao tempo do Terramoto de 1755. Lisboa: Livros do Brasil.
CLAUDE, V. (1989). Sanitary engineering as a path to town-planning: the singular role of the Association générale des hygiénistes et techniciens municipaux in France and the French-speaking countries, 1900-1920. Planning Perspectives, n.º 4, pp. 153-166.
CLAUDE, V. (2006). Faire la Ville. Les métiers de l’urbanisme au XXe siècle. Marselha: Éditions Parenthèses.
COSME, J. (2006). As preocupações higio-sanitárias em Portugal (2.ª metade do século XIX e princípio do século XX). História – Revista da Faculdade de Letras do Porto, III série, vol. 7, pp. 181-195.
EVANGELISTA, J. (1971). Um Século de População Portuguesa (1864-1960). Lisboa: Centro de Estudos Demográficos/INE.
FERNANDES, P. (1996). A cidade do Porto na 1.ª metade do século XIX: população e urbanismo. População e Sociedade, n.º 2, pp. 229-245.
FERRÃO, B. (1997). Projecto e Transformação Urbana do Porto na Época dos Almadas, 1758-1813: Uma contribuição para o estudo da cidade pombalina. Porto: FAUP (3.ª Ed.).
FRANÇA, J.-A. (1976). A Reconstrução de Lisboa e a Arquitectura Pombalina. Lisboa: Instituto da Cultura e Língua Portuguesa.
FRANÇA, J.-A. (1983). Lisboa Pombalina e o Iluminismo. Lisboa: Bertrand (3.ª Ed.).
INE–PORTUGAL (1971). A Cidade do Porto: Súmula Estatística 1864-1968. Lisboa: INE.
JORGE, R. (2010 [1899]). A Peste Bubónica no Porto. Porto: Deriva Editores.
LÔBO, M. S. (1995). Planos de Urbanização. A Época de Duarte Pacheco. Porto: DGOTDU/FAUP.
MANDROUX-FRANÇA, M.-T. (1984). Quatro fases da urbanização do Porto no século XVIII. Boletim Cultural – Câmara Municipal do Porto, n.º 2, pp. 239-274.
MARQUES, A. H. de O. (1998). História de Portugal – Volume III. Das revoluções liberais aos nossos dias. Lisboa: Editorial Presença.
MONCAN, P.; MAHOUT, C. (1991). Le Paris du Baron Haussmann. Paris sous le Second Empire. Paris: Éditions SEESAM-RCI.
MONTEIRO, B. (2010). Os anos portuenses de Ricardo Jorge. Sociologia de um higienista «militante». In R. JORGE. A Peste Bubónica no Porto (pp. 15-52). Porto: Deriva Editores.
NONELL, A. G. (2002). Porto 1763/1852: A construção da cidade entre despotismo e liberalismo. Porto: FAUP.
PEREIRA, G. M. (1995). Famílias Portuenses na Viragem do Século (1880-1910). Porto: Afrontamento.
PEREIRA, G. M.; SERÉN, M. do C. (1995). O Porto Oitocentista. In L. de O. RAMOS (Dir.). História do Porto (pp. 376-521). Porto: Porto Editora.
PEREIRA, V. B. (2016). A Habitação Social na Transformação da Cidade. Porto: Afrontamento.
PEREIRA, V. B.; QUEIRÓS, J. (2012). State, housing and the «social question» in the city of Porto (1956-2006): an analysis on the making of doxa, orthodoxy and «alodoxia effects» in the (re)production of state housing policies. Social Sciences – Annual Trilingual Review of Social Research, n.º 1, pp. 203-314.
PINKNEY, D. H. (1972). Napoleon III and the Rebuilding of Paris. Princeton, NJ: Princeton University Press.
PINTO, J. R. (2005). O Porto Oriental no Final do Século XIX. Crescimento e transformação urbana. Porto: FLUP (dissertação de mestrado).
RAMOS, R. J. G.; PEREIRA, V. B.; ROCHA, M.; SILVA, S. D. da (Eds.) (2019). Contexto Programa Projeto: Arquitetura e Políticas Públicas de Habitação. Porto: FAUP/Mapa da Habitação.
RODRIGUES, T. (1993). A dinâmica populacional da cidade do Porto em finais do século XIX. História – Revista da Faculdade de Letras do Porto, n.º 10, pp. 301-316.
RONCAYOLO, M. (2002). Lectures de Villes. Formes et temps. Marselha: Éditions Parenthèses.
ROSAS, F. (2010). A crise do liberalismo oligárquico em Portugal. In F. ROSAS; M. F. ROLLO (Coord.). História da Primeira República Portuguesa (pp. 15-26). Lisboa: Tinta-da-China.
SUTCLIFFE, A. (1981). Towards the Planned City: Germany, Britain, the United States, and France, 1780-1914. Oxford: Blackwell.
TEIXEIRA, M. C. (1996). Habitação Popular na Cidade Oitocentista. As ilhas do Porto. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian/JNICT.
TOPALOV, C. (1989). Urbanisme comme mouvement social: militants et professionnels du city planning aux États-Unis (1909-1917). Annales de la Recherche Urbaine, n.º 44-45, pp. 139-154.
WEBER, M. (2001). Tipos de dominação. In M. B. da CRUZ (Org.). Teorias Sociológicas. I Vol. – Os fundadores e os clássicos (antologia de textos) (pp. 681-723). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
The authors grant to História the exclusive right to publish their texts, in any form, including their reproduction and sale, in any form, as well as their availability under open-access databases.
The texts published cannot be used in other publications without the express authorization of the Editorial Committee.
All the texts published are protected by a Creative Commons Attribution-NonCommercial (cc-by-nc) License, that allows the sharing of texts, for noncommercial purposes, with attribution of authorship and initial publication in this journal.