Macau no século XVIII

coexistência e interculturalidade

Abstract

No século XVIII, Macau era um microcosmos com dinâmicas de funcionamento próprias,
onde confluíam diferentes autoridades e variados poderes resultantes da coexistência de
duas soberanias num único território. A cronologia em análise assume-se como um
período de mutações para a coexistência luso-chinesa, coincidindo com reforço da tutela
Qing sobre a cidade, ou, ainda, na criação do “Sistema de Cantão” que agudizou as
condições do entreposto.
Porém, a comunidade macaense, representada por uma oligarquia mercantil que elitizou
e governou as instituições do poder local, como o Senado da Câmara, conseguiu criar e
explorar várias oportunidades, jogando com a situação marginal face a dois impérios de
modo a renovar permanentemente o sentido de existência. Assim, a análise das atitudes,
estratégias e permanentes ajustamentos por parte dessa elite local, sobretudo perante o
crescente exercício da influência imperial, afigura-se essencial para a compreensão das
relações de coexistência e interculturalidade entre a comunidade luso-asiática de Macau
e a civilização chinesa nesse período.