Criar asas: dos desafios da formação de professores de geografia na pós-modernidade

Authors

  • Herculano Cachinho

Abstract

Este artigo aborda os problemas da formação de professores e da inovação na educação geográfica. Na atualidade, a sociedade portuguesa vive uma profunda falta de sincronia entre a formação que é dada aos professores e os papéis que se espera que estes sejam capazes de desempenhar na escola. Este mal-entendido, com os seus paradoxos, ambiguidades e contradições, torna-se não só uma fonte de desorientação dos professores, mas também num importante fator de bloqueio para a inovação e a mudança das práticas na educação geográfica. Na nossa perspetiva, isto acontece porque as universidades formam os professores simplesmente para ensinarem geografia, mas a sociedade espera que estes na escola eduquem os jovens geograficamente através do desenvolvimento de um conjunto de experiências de aprendizagem significativas. Considerados frequentemente como sinónimos, esquecemo-nos que ensinar e educar raramente coincidem, tal como acontece com a relação entre o ensino e a aprendizagem. A tese que aqui se defende é ilustrada através de uma experiência de aprendizagem desenvolvida pelos professores estagiários no ano letivo de 2004/2005.

Downloads

Download data is not yet available.

References

Alegria, M. F. (2005). Os estágios na formação inicial de professores de Geografia em Portugal. In Ensinar Geografia na Sociedade do Conhecimento (pp. 527-538). Lisboa: APG/AGE.

Alexandre, F. (2005). Perfis de competências na formação inicial de professores de Geografia: um conflito entre racionalidade técnica e processos reflexivos. In Ensinar Geografia na Sociedade do Conhecimento (pp. 515-526). Lisboa: APG/AGE.

Alves, N., Canário, R. (2004). Escola e exclusão social: das promessas às incertezas. Análise Social, 169, 981-1010.

Alves, R. (2004): Asas ou Gaiolas. A Arte do Voo ou a Busca da Alegria de Aprender, Asa, Porto.

Barata Salgueiro, Teresa (2003). L’enseignement de la Géographie au Portugal. Géographes Associés, 27, 37-43.

Beringer, J. (2007). Application of Problem Based learning through Research Investigation. Journal of Geography in Higher Education, 31 (3), 445-457.

Bligh, J. (1995). Problem based, small group learning. British Medical Journal, 311, 342-343.

Cachinho, H. (2000). Geografia Escolar: orientação teórica e praxis didática. Inforgeo, 15, 69-90.

Cachinho, H. (2005). Formação e inovação na educação geográfica: os desafios da pós-modernidade. In Ensinar Geografia na Sociedade do Conhecimento (pp. 453-472). Lisboa: APG/AGE.

Cachinho, H. (2005-a): “How to design and implement exciting geographical learning experiences in the classroom”, in K. Donert and P. Charzynski (eds.) Changing Horizons in Geography Education, Herodot Network & Association of Polish Adult Educators, Torúm, Polónia, pp. 17-21.

Cachinho, H. (2006). Creating Wings: the challenges of teacher training in post-modernity. In K. Purnell, J. Lidstone & S. Hodgson (Ed.), Changes in Geography Education: Past, Present and Future. Proceedings of the IGU-Commission for Geography Education 2006 Symposium (pp. 96-102). Brisbane, Austrália: IGU.

Cachinho, H., Esteves, M. H. (2014). Creating Texts and Contexts for Deeper Understanding: the CHiSE Experience. Paper presented at PBL2014 International Conference: from text to context. Concepción, Chile: s.n.

Fink, L. D. (2003). Creating significant learning experiences: an integrate approach to designing college courses. San Francisco: Jossey-Bass.

Gave (2004). Resultados do Estudo Internacional PISA 2003. Lisboa: Ministério da Educação.

Geographical Association (2000). This is Geography. Sheffield. http://www.geography.org.uk

Gomes, A. (2004). A Escola. Porto: Porto Editora.

Graves, N. (1975). Geography in Education. London: Heinemann Educational Books.

Lefèvre, L. (1978). O Professor, Observador e Actor: condução da classe e orientação escolar. Coimbra: Livraria Almedina.

Mérenne-Schoumaker, B. (1985). Savoir penser l’espace. Pour un renouveau conceptuel et méthodologique de l’enseignement de la géographie dans le secondaire . L’Information Géographique, 49, 151-160.

Mérenne-Schoumaker, B. (1994). Didactique de la Géographie. Organiser les apprentissages. Paris : Nathan.

Ministério da Educação (2003). Cartografia do insucesso e abandono escolares em Portugal. www.min-edu.pt/scripts/ASP/destaque/estudo01/docs/sintese.pdf

National Research Council (1997). Rediscovering Geography: new relevance for science and society. Washington D.C.: National Academy Press.

OCDE (2016). Education 2030 : Draft Discussion Paper on the Progress of the OECD Learning Framework 2030, EDU/EDPC (2016)23. Beijing, China: s.n.

Perrenoud, Ph. (1999). 10 Nouvelles compétences pour enseigner. Paris : ESF éditeur.

Postman, N. (1995). The End of Education – Redefining the Value of School. New York: Vintage Books, Random House.

Saint-Onge, M. (1996). Moi j’enseigne, mais eux, apprennent-ils? Laval (Quebec)/Lyon : Chronique Social/Beauchemin.

Sebarroja, J. (2001). A Aventura de Inovar. A mudança na escola. Porto: Porto Editora.

Souto-González, X. (2000). A Didática da Geografia. Dúvidas, Certezas e Compromisso Social dos Professores. Inforgeo, 15, 21-42.

Souto-González, X. , Ramírez Martínez, S. (1996). Enseñar Geografía o educar geográficamente a las personas. IBER Didáctica de las Ciencias Sociales, Geografia e Historia, 9, 15-26.

Tuning Project (2003). Tuning Education Structures in Europe. Final Report, Pilot Project Phase 1. www.relint.deusto.es/TuningProject/index.htm

Vandenbosch, J. (1982). Le pari géographique. Bulletin des Amis de l’A. R. J. Bordet, 52, 3-15.

Wood, D. (2003). ABC of learning and teaching in medicine: Problem based learning. British Medical Journal, 326, 328-330.

Published

2017-04-26

Issue

Section

Reflect