Dissensos em torno das margens e centros: planeamento urbano e contestação na zona oriental do Porto
Resumo
Este artigo pretende discutir as noções de centro/margem, ou centralidade/marginalidade, no planeamento urbano e suas contestações. O objetivo é analisar como essas noções são mobilizadas de forma não consensual nas conceções de identidade urbana pelo governo local e por profissionais da chamada “classe criativa” com foco na zona oriental do Porto, mais detidamente no Bonfim. A partir da análise do novo Plano Diretor Municipal do Porto e de entrevistas semi-diretivas com profissionais da chamada “classe criativa” no Bonfim, busco compreender como a autarquia associa a noção de identidade urbana à de centralidade. O centro histórico do Porto seria uma referência incontestável da identidade urbana da cidade, coesa e historicamente construída. Já para os profissionais da “classe criativa”, a identidade urbana também seria criada nas margens e interstícios, produzida por classes não-dominantes e por modos alternativos de se fazer cidade. Este debate será introduzido numa discussão mais ampla sobre centro/margem no planeamento urbano e seu agenciamento estratégico no posicionamento das urbes na concorrência global intercidades.
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