Trabalho e sindicatos em Angola (1950-1970) - o “impasse” na acumulação de capital
Abstract
No período 1950-71, as exportações angolanas aumentaram fisicamente 22 vezes e levaram a uma primeira industrialização do território.
A maioria das exportações era produzida por cerca de 300 mil assalariados “indígenas” e por milhares de camponeses “autónomos”. Até 1961 tinham estado sujeitos a práticas de trabalho forçado e nos anos seguintes continuaram sem acesso a organizações sindicais. Paralelamente, dois sindicatos oficiais (o SNECI e o SNMFM), com funções sobretudo mutualistas, enquadravam obrigatoriamente os trabalhadores “especializados”.
Também depois de 1961, os movimentos nacionalistas criaram centrais sindicais clandestinas mas que mobilizavam sobretudo os angolanos refugiados no ex-Congo belga. Neste quadro organizacional, e apesar de poder beneficiar de uma tendência para a alta salarial, a ação reivindicativa da classe trabalhadora centrou-se no controlo da duração e da intensidade do trabalho. À medida que a competição internacional fazia baixar as cotações dos produtos primários, estas relações industriais obsoletas levaram à descida da taxa de lucro em Angola, sobretudo nas firmas agrícolas. Apesar das alterações legais introduzidas depois de 1961, a acumulação de capital em Angola não resolveu o “impasse” no seu mercado de trabalho até 1974.
Palavras-chave: Economia (de Angola), trabalhadores rurais, indústria (de Angola), sindicatos (em Angola).
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