As granjas do Estado em Angola: burocracia e economia natural na administração colonial portuguesa (1908-1920)
Resumo
A partir de Max Weber tem sido feita uma ligação entre a instalação de administrações burocráticas e o desenvolvimento da monetarização.
Entre as várias formas híbridas (burocracia com baixa remuneração monetária) consideradas, não têm sido incluídas as administrações coloniais europeias. Até um período relativamente tardio e para efeito de diminuição de despesas públicas, estas últimas funcionaram num quadro administrativo e militar sustentado pela corveia. No caso português, a instituição de base foi a “granja do Estado” ou “granja militar”. Esta paradoxal mistura de traços burocráticos e feudais foi inicialmente instaurada em Angola ainda no século 19 e, mais tarde, recuperada por Paiva Couceiro (1908) à luz do que, entretanto, estava a ser a experiência moçambicana. Mais tarde ainda (década de 1930), haveria novas versões no norte e centro de Moçambique, associadas a um cultivo “fiscal”- o algodão - previamente ensaiado em Angola.
Nesta comunicação tenta-se um historial básico das explorações agrícolas do Estado colonial português que, embora não exclusivas da administração
colonial portuguesa (veja-se o caso do “champ du commandant” na AOF),
teve nesta um papel relativamente original.
Palavras‑chave: administração colonial, imposto camponês, cultivos forçados, “granjas do Estado”
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