Sahara Ocidental, entre a ambiguidade internacional e o idealismo angolano
Abstract
O conflito em curso entre o Reino de Marrocos e a Frente Popular de Libertação de Saguia el Hamra e Rio d’Oro – vulgarmente designado por Frente Polisário – pode ser considerado como a última fronteira do colonialismo em uma região africana, ocupada não por um país europeu mas por um outro estado africano: Marrocos. Na sequência da Resolução 34/37 da ONU, adoptada em 21 de Novembro de 1979, que reconhece a Frente Polisário como legítimo representante do povo saharaui, a mesma apelou também ao Marrocos para pôr fim a sua ocupação, incluindo a região abandonada pela Mauritânia através do Acordo de Argel de 1979, que assinou com a Polisário. A condenação internacional da ocupação marroquina do Sahara Ocidental foi sempre particularmente forte em
África, resultando no seu auto-afastamento como membro da Organização de Unidade Africana em 1984. A posição da República de Angola sobre esta
questão é muito clara: ela tem sido em conformidade com as Resoluções da ONU e da UA, sendo um dos mais fortes apoiantes da Polisário entre os países africanos e mantendo laços diplomáticos com a RASD – proclamada pela Polisário – que tem a sua própria embaixada em Luanda. No entanto, com a alternância do governo em Angola, estaremos a assistir a uma mudança de posição de Luanda em relação à Frente Polisário para favorecer uma aproximação com Marrocos, que se juntou à União Africana em 2017?
Palavras-chave: Marrocos, Polisário, União Africana, Angola.
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