O ethos dos roceiros: pragmático ou esclavagista e, ainda e sempre, avesso à liberdade
Abstract
Vários autores falam de uma idiossincrasia portuguesa irremediavelmente retrógrada e, no limite, esclavagista, no que se insinua uma avaliação moral, forçosamente ambígua como são as que versam a história.
Apesar da aparência de imobilismo social, as sociedades coloniais não só foram
muito diversas entre si como conheceram importantes mutações que não eram despiciendas para os indivíduos nelas envolvidos.
O caso de São Tomé e Príncipe ilustra como as condições de dominação e de exploração foram assaz diversas ao longo do colonialismo moderno e, sobretudo, como o poder continha fi ssuras, não tanto as resultantes do medo de revoltas dos escravizados quanto as do receio dos condicionalismos políticos externos. Anos após 1875, com base num conluio tácito com os decisores políticos, a mão-de-obra tornou-se alvo de condicionalismos impensáveis aquando da crise braçal. Esta história já estava escrita antes de 1875? Focando o período imediatamente anterior e posterior à emancipação dos libertos em 1875 no arquipélago de São Tomé e Príncipe, esta comunicação pretende discutir como se cerzia uma consciência de interesses económicos e como ela prevalecia, ou não, pela articulação (possível) desses interesses com as opções políticas na metrópole.
Palavras-chave: São Tomé e Príncipe; História contemporânea; escravatura; contrato de trabalho; trabalho forçado.
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