A Terra, a Água e o Poder na comunidade do Tarrafal de Monte Trigo, Porto Novo, Stº Antão
Abstract
A concentração de terras no concelho do Porto Novo, nomeadamente na aldeia do Tarrafal de Monte Trigo esteve, até ao século passado, nas mãos de uma família que em si incorporava o símbolo do poder naquela comunidade. A grande concentração fundiária na sua posse e a forma como se organizou o trabalho naquela comunidade gerou duas classes bem distintas e fortemente hierarquizadas: a do proprietário, detentor da terra, da água e do poder, e a dos seus dependentes, camponeses, sem terras. Este quadro de desigualdade fundiária iria manter-se até a década de 80 do século passado, altura em que foi feita uma reforma agrária que, no caso específi co, desafogou a alta concentração fundiária existente, reorganizou a estrutura fundiária e amenizou os problemas estruturais daquela comunidade. No presente artigo, quisemos trazer para debate o estudo de um caso na Ilha de S. Antão e lançar pistas para refl exões mais profundas sobre um assunto que suscitou alguma controvérsia na sociedade cabo-verdiana pós-independência, e ainda pouco estudado pelas Ciências Sociais e Humanas.
Palavras-chave: Água; Terra; Poder; Posse útil, desigualdade fundiária
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