Ecos de memória

A escrita do como forma de denúncia em Estátua de sal de Maria Ondina Braga

Authors

  • Pedro d'Alte

Abstract

Maria Ondina Braga (1922-2003), escritora portuguesa itinerante e contemporânea,
convoca, frequentemente, os temas da viagem e da alteridade para a sua estética literária.
A par destas linhas temáticas, a obra em estudo, Estátua de Sal (1983), constitui-se como
autobiografia romanceada onde a experiência biográfica de Ondina Braga é ficcionada,
literarizada e, sobretudo, autoanalisada. O presente artigo, debruçando-se exclusivamente
sobre o livro referido, intenta o seguinte: (i) num primeiro momento, revisitar aspetos da
teoria literária enquadrando, por um lado, especificidades da escrita do Eu em Maria
Ondina Braga e, por outro, apresentando genericamente a obra; (ii) de seguida, dois
objetivos primordiais. O primeiro é o de problematizar a arquitetura da memória, ou dito
de forma diferente, o modo como a memória é estruturada no espaço da narração e
partilhada com o leitor; o segundo aspeto relaciona-se com a concretização de uma
primeira análise dos excertos textuais selecionados; (iii) num terceiro quadro, o exercício explora a revisitação e a partilha do mundo interior da personagem à luz de uma linha de
leitura que entende a escrita como espaço de denúncia e de crítica de vetores sociais e
culturais.

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Published

2023-07-05