Vendo o invisível. Teoria da Visão em Hildegarda de Bingen, Scivias II, 6

Authors

  • Yael Barash

Abstract

 

Os seguidores de Agostinho – Hildegarda de Bingen, entre eles – herdaram uma falta de clareza sobre a possibilidade de conhecer o Deus invisível através da natureza visível. Por um lado, Agostinho discutiu como o mundo físico visível aponta para Deus como seu criador. Por outro lado, demonstrou que o conhecimento derivado das perceções sensoriais do visível é limitado e inferior à aprendizagem interior. Embora Hildegarda tenha abraçado a opinião de Agostinho de que as perceções sensoriais são limitadas, ela ainda as considerava importantes para os crentes. A Visão 6 em Scivias II descreve uma relação complexa entre o visível e o invisível no que diz respeito à Eucaristia: O sangue e o cor-po de Cristo não só são superiores ao vinho e ao pão, como também são idênticos a este último e com-pletam-no. Assim, os objetos visíveis não são meras criações do invisível, mas refletem também a realidade invisível. Nas duas primeiras secções deste artigo, examino estas dissimilitudes teológicas. As últimas secções do artigo sugerem que a importância do visível afetou a estrutura da Visão II.6. Além disso, as ilustrações da Visão II.6 apresentam a complexa relação entre o visível e o invisível. Estas ilustrações mostram como um conceito invisível pode ser refletido numa representação visível.

Palavras chave: Eucaristia, visão interior, mundo físico, relação imagem-texto, Scivias.

Autores medievais estudados: Hildegarda de Bingen, Agostinho de Hipona.

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Published

2021-12-03