A causa sine qua non da cognição humana segundo Durandus de St Pourçain
Resumo
Este artigo tem por escopo analisar a noção de causa sine qua non no interior da teoria cognitiva de Durandus de St. Pourçain, no Comentário às Sentenças de Pedro Lombardo [A] e [C]. Além disso, pretende-se investigar sua crítica à noção de intelecto agente mediante sua concepção de intelecção. Para Durandus, quando o intelecto opera por meio de um ato cognitivo, nenhuma entidade absoluta é adicionada a ele. A cognição, ou pensamento, é tratada pelo autor como uma entidade relativa e não como algo que o intelecto possui, ou que é adicionado a ele de maneira real. As espécies sensíveis do objeto material, propagadas no meio, afetam os órgãos dos sentidos externos. Assim, a faculdade sensível nota as mudanças ocorridas no corpo e é capaz de produzir uma percepção sensível e a faculdade inteligível, por sua vez, pode produzir uma cognição a partir das mudanças que intuiu que ocorreram no corpo ao qual está associada. Deste modo, não há necessidade de afirmar que o ato cognitivo é resultado de um processo abstrativo. Sua teoria cognitiva culmina, portanto, na negação da existência de um intelecto agente com a função de abstrair.
Palavras-chave: abstração; atualidade; conhecimento; intelecto agente; relação.
Autores antigos e medievais: Durandus de Sancto Porciano; Augustinus; Aristoteles Latinus.