Leituras de sucessividade com o Pretérito Imperfeito no discurso
Resumo
Neste trabalho, discutem-se as relações temporais que as proposições no Imperfeito do Indicativo podem licenciar em contextos de narrativa. A análise partiu de um corpus constituído por 26 exemplos retirados do conto “Solidão” de Miguel Torga (1987), baseando-se nas propostas teóricas de Reichenbach (1947), Kamp & Reyle (1993), Dowty (1986) e Cunha (2004). Sendo que o Imperfeito estativiza os eventos (Cunha 2004: 303), fez-se uma breve distinção aspetual entre eventos e estados, para perceber de que modo as relações temporais são influenciadas pelas propriedades aspetuais das situações. Com efeito, foi possível confirmar que o Imperfeito não só desencadeia uma relação de sobreposição e, em alguns casos, de inclusão entre as situações e os seus pontos de referência, mas também estabelece uma relação de sucessividade, sobretudo quando combinado com adverbiais que remetem para futuridade ou quando os Imperfeitos se sucedem no discurso (podendo a sucessividade resultar da leitura habitual das situações).
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