A Carta de Património Arqueológico do PDM do Porto

Possibilidades e Limites de uma Cartografia da Memória e Mutabilidade da Cidade. Parte I – Centro Histórico E Áreas Adjacentes

Resumo

Este texto tem como objetivo apresentar a Carta de Património Arqueológico do Plano Diretor
Municipal do Porto (PDMP) atualmente em vigor, discutindo os seus limites e possibilidades.
Para tal, serão explicados os pressupostos que estiveram na base da revisão da carta anterior
e o modo como foram equacionadas as áreas de salvaguarda. Atendendo à Estratégia Porto
2030 que acompanha o PDMP, na qual foram ponderados diferentes modelos/políticas
de cidade (smart city ou green city, por exemplo), enfatiza-se a importância de considerar o
conceito de deep city, isto é, um modelo de cidade que valoriza a mutabilidade dos espaços
e a sua espessura temporal como uma característica intrínseca à natureza das cidades e,
por conseguinte, entende os bens arqueológicos como valiosos recursos para promover a
qualidade dos espaços urbanos, o bem-estar da comunidade e a atratividade do território.
Desta perspetiva, são apresentados, sucintamente, os indícios e evidências que compõem as
diferentes áreas de salvaguarda, demonstrando o seu carácter multitemporal e reforçando o
seu valor científi co, patrimonial e urbanístico.