O Mediterrâneo e as transições democráticas
Resumo
Se o Mediterrâneo foi espaço geopolítico e cultural “central” da Antiguidade europeia, ainda inscrito nas matrizes culturais da Europa contemporânea, a história longa da Europa, em particular com a industrialização, deslocou o “centro” do dinamismo europeu para norte, conferindo ao sul europeu um certo carácter de periferia, assim gerando um efeito centrípeto daquele sobre este e, porventura, delindo laços ancestrais de vicinalidade e entrosamento com o outro lado do Mediterrâneo.
No entanto, as transições democráticas, que a literatura da área disseca nos seus mecanismos e etapas sucessivas (liberalização, transição, consolidação) ocorreram também na Europa em vagas ainda recentes e parecem agora começar a emergir em toda a bordadura do Mediterrâneo. Correspondem, regra geral, a um cruzamento complexo de factores endógenos e exógenos, havendo por isso amplo espaço, na sua análise, quer para a individualização de casos, quer para os estudos comparativos. Ocorrem também mecanismos de “contaminação”, sobre espaços regionais, dadas circunstâncias comuns e propagação de modelos através das fronteiras dos Estados que poderão configurar, entre outros, efeitos de atracção do norte do mediterrâneo sobre o seu sul.
Recorrendo-se de uma abordagem comparativa, com base nos indicadores de democratização disponíveis na literatura e nas instâncias de observação internacional, este artigo pretende assim cartografar a dimensão “regional” do Mediterrâneo, no que respeita aos processos de democratização aí ocorridos/em curso, procurando identificar similitudes, diferenças e eventualmente contaminações.
Palavras-chave: democratização, “primavera árabe”, união europeia, norte de África, Médio Oriente.
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